centenario | Comício comemorativo da Revolução de Outubro

Intervenção de José Capucho

Membro do Secretariado do Comité Central do PCP

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Intervenção de José Capucho

Camaradas e Amigos,

Neste grande comício festejamos o 7 de Novembro, dia do centenário da Revolução de Outubro, cujos ideais e valores, realizações, avanços civilizacionais e libertadores aqui reafirmamos como principal acontecimento do Século XX e o mais importante na história da Humanidade.

Saudamos todos os que no nosso País, e em todo o mundo, têm desenvolvido as mais diversas iniciativas para comemorar a Revolução Socialista de Outubro, os seus ideais e valores, afirmando o socialismo como exigência da actualidade e do futuro e que, diariamente, resistem e lutam contra a ofensiva imperialista.

Comemoramos os 100 anos da Revolução de Outubro, não como um acontecimento fixado no passado, mas antes como um acontecimento que se projecta no nosso tempo e no futuro, os seus ideais, os seus valores, os seus êxitos e conquistas, bem como os seus erros e derrotas, toda a experiência de luta e da construção do socialismo na URSS e noutros países.

Comemoramos a Revolução de Outubro como um feito da classe operária, dos trabalhadores e do povo  russo que inspirou, animou e deu força à organização e à luta dos trabalhadores em todo o mundo.

O sonho, a utopia e o projecto transformaram-se em realização extraordinária. Um empreendimento de extraordinárias conquistas no plano político, económico, social, cultural e nacional, instituindo um novo sistema assente na liberdade, na paz e na solidariedade, sem exploradores nem explorados, uma sociedade socialista cuja construção a Revolução de Outubro inaugurou.

Comemoramos a Revolução de Outubro, que iniciou uma nova era na história da Humanidade, a época da passagem do capitalismo ao socialismo.

Durante mais de três quartos do Século XX, o sentido geral da revolução foi o avanço do socialismo e da luta libertadora dos povos. E foi o tempo em que o socialismo ganhou terreno como alternativa ao capitalismo.

Se a Revolução de Outubro e a construção da sociedade socialista significaram extraordinários avanços e transformações libertadoras, o desaparecimento da URSS e as derrotas do socialismo, cujas causas para além de significativos factores externos, radicaram fundamentalmente num modelo que se afastou e entrou em contradição com os valores e ideais do socialismo, resultando num grande retrocesso em matéria de direitos e conquistas dos trabalhadores e dos povos.

Nesta nova correlação de forças, o imperialismo desencadeou uma violenta ofensiva visando recuperar posições perdidas ao longo do século XX, bem como impor, em todo o mundo, o seu domínio, apresentando-se como sistema único e final.

O mundo tornou-se menos democrático, mais injusto e mais perigoso. A natureza exploradora, opressora, agressiva e predadora do capitalismo acentuou-se.

A realidade do mundo de hoje mostra-nos que o capitalismo não resolve os problemas da Humanidade, antes os agrava.

O capitalismo procura convencer que a sua ofensiva é imparável e irreversível, que acabou a luta de classes, que o comunismo morreu, que é  o fim da História e das ideologias. Mas, como a vida demonstra, não estamos no fim da História.

A luta e a resistência dos trabalhadores e dos povos leva-nos a confirmar que o socialismo faz falta ao mundo; como é o futuro da Humanidade e que os ideais e valores da Revolução de Outubro não estão aprisionados no passado, antes projectam-se no nosso tempo: o socialismo é exigência da actualidade e do futuro.

O PCP continua a manter no horizonte o objectivo de construção de uma sociedade socialista em Portugal. A luta por esse objectivo não contradiz, antes reforça, a presente luta pela democracia e pela soberania e independência nacional.

Assim, comemoramos a Revolução de Outubro afirmando que a luta que, hoje, travamos pela defesa, pela reposição e conquista de direitos, pela satisfação das mais urgentes e sentidas reivindicações dos trabalhadores e do povo; a luta pela ruptura com a política de direita e com domínio do capital monopolista, e com os constrangimentos externos resultantes da integração capitalista europeia; a luta por uma alternativa patriótica e de esquerda inscrevem-se na luta pela democracia avançada com o valores de Abril, no futuro de Portugal que, por sua vez, é parte integrante e inseparável da luta pelo socialismo.

Comemoramos a Revolução de Outubro afirmando que o futuro não pertence ao capitalismo. Pertence ao socialismo e ao comunismo.

Viva a Revolução de Outubro!

Viva o PCP!