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A Revolução de Outubro integra-se no processo milenar de luta da humanidade pela própria libertação da exploração e da opressão

A revolução de Outubro não nasceu do nada. Respondeu a uma secular aspiração do homem à liberdade e à igualdade social e insere-se neste longo processo de libertação social e humana da exploração e da opressão.

Todos os avanços verificados com vista à liberdade e igualdade social tiveram nos oprimidos, nos explorados, nos povos os seus protagonistas que, com as suas próprias mãos, abriram os caminhos da sua libertação.

Assim foi desde as revoltas dos escravos na Antiguidade, às revoltas dos camponeses na Idade Média, à Revolução Francesa de 1789 – que se inseriu na derrota do feudalismo e no advento do capitalismo – às insurreições operárias do século XIX. Mas, nenhum destes processos de transformação tinha como objectivo a eliminação da exploração.

Foi na Rússia semi-feudal, dominada pelo poder autocrático e repressivo dos czares e da mais alta nobreza, com mais de 100 nacionalidades oprimidas, conhecida como «prisão dos povos», destruída pela I Guerra Mundial, com um povo fustigado pela exploração, a repressão, a pobreza, a fome e o analfabetismo, que, no dia 7 de Novembro de 1917 (25 de Outubro no antigo calendário russo), o proletariado russo, com o papel de vanguarda do Partido Bolchevique, tomou nas mãos o seu destino, conquistou o poder e lançou as bases de uma nova sociedade.

Trata-se de um processo contemporaneamente marcado pela formação e amadurecimento do proletariado, o desvendar (por Marx) do papel da classe operária no processo histórico, a criação do «partido proletário de novo tipo» (com Lénine e o Partido Bolchevique), a emergência do movimento operário e comunista internacional, o amadurecimento das condições objectivas e subjectivas que criaram na Rússia uma situação revolucionária, que permitiu quebrar o «elo mais fraco» do imperialismo.

Pela primeira vez, em muitos milhares de anos, iniciava-se a construção duma nova sociedade de seres humanos livres e iguais.

Os grandes progressos verificados nas sociedades ao longo do século XX (direitos dos trabalhadores e dos povos em geral, políticas sociais, derrota do nazi-fascismo na guerra e libertação de países do jugo colonial) são inseparáveis da Revolução de Outubro, dos seus ideais e valores, da construção da nova sociedade e da solidariedade política, diplomática, económica e militar da União Soviética à luta dos trabalhadores e dos povos de todo o mundo.

O século XX fica assinalado para sempre pela Revolução de Outubro, pelo poder político dos trabalhadores e pela construção duradoura, pela primeira vez na história, de uma sociedade sem exploradores nem explorados.

São antecedentes da Revolução de Outubro

A Comuna de Paris de 1871 – primeira experiência histórica, embora por um curto período, da conquista e exercício do poder pelo proletariado, iniciando a construção de uma nova sociedade, com evidente superioridade também no plano da democracia política; a revolução russa de 1905 – a primeira grande revolução popular com a intervenção organizada da classe operária e dos trabalhadores; a revolução de Fevereiro de 1917 -  que marcou o fim do poder czarista na Rússia.

Os ensinamentos que daí advieram contribuíram decisivamente para que a já experimentada classe operária russa e o seu partido (preparado orgânica e ideologicamente) levassem por diante a Revolução de Outubro iniciando o caminho de um novo sistema político, económico, social e cultural sem precedentes na história.

Durante mais de meio século o socialismo ganhou terreno como alternativa ao sistema capitalista. A edificação do novo Estado significou a instauração de um verdadeiro e genuíno poder popular, uma nova forma de democracia participativa: os sovietes; um fulgurante desenvolvimento económico (na indústria e na agricultura); o desenvolvimento social e as grandes descobertas e avanços na ciência e nas novas e revolucionárias tecnologias.

As primeiras medidas do novo poder soviético foram

As primeiras medidas do novo poder soviético foram o Decreto da Paz e o Decreto da Terra.

No próprio dia 25 de Outubro (7 de Novembro no nosso calendário), às 23 horas, o II Congresso dos Sovietes de toda a Rússia aprovava o Decreto sobre a Paz «pelo qual o poder operário-camponês afirmava a sua resolução de assinar imediatamente uma paz sem anexações nem indemnizações. O Decreto classificava a guerra imperialista como um grande crime contra a humanidade e exortava os povos e a sua parte mais avançada, a classe operária, a intervirem na luta pela paz.

«Às 2 horas da manhã de 27 de Outubro foi aprovado um segundo documento histórico, que expressava as aspirações e os interesses de milhões de camponeses – o Decreto sobre a Terra, que abolia a propriedade privada da terra. A terra era proclamada propriedade de todo o povo.» (Nenarókov, A. (1987). História Ilustrada da Grande Revolução Socialista de Outubro, Edições «Avante!» - Edições Progresso, Lisboa-Moscovo)

Com este Decreto foi liquidado, sem indemnização, o latifúndio bem como todas as restantes propriedades agrárias de origem feudal. Foram também, entre outras medidas, entregues aos camponeses, gratuitamente, mais de 150 milhões de hectares de terra que antes pertenciam às classes exploradoras.

O mesmo Congresso formou um governo operário-camponês – o Conselho de Comissários do Povo – presidido por Vladímir Uliánov-Lénine.

A Revolução de Outubro promoveu profundas transformações democráticas

Uma democracia pura ou abstracta nunca existiu em parte alguma. Ela tem um conteúdo de classe. O marxismo-leninismo foi o primeiro a colocar o problema da essência da democracia sobre uma base histórica concreta assente no papel primordial dos aspectos sócio-económicos e no carácter secundário das suas formas jurídicas. Mostrou que a democracia não pode ser examinada à margem do seu conteúdo social e de classe.

Como poder dos trabalhadores ao serviço da esmagadora maioria da população, a democracia soviética distinguiu-se da democracia burguesa (poder duma escassa minoria de grandes capitalistas exercido sobre a imensa maioria dos trabalhadores e do povo). A democracia soviética caracterizou-se pela participação massiva dos trabalhadores em todas as estruturas governativas e em todos os domínios da vida colectiva desde a definição das políticas em prol dos trabalhadores conjugadamente com direitos sociais que nunca antes tinham existido e a que ainda hoje nenhuma democracia burguesa se pode igualar.

De facto, a democracia burguesa opera numa sociedade de classes antagónicas profundamente caracterizada pela desigualdade social. Uma escassa minoria detém o poder político, económico, social e cultural. Ou seja, detém e controla o aparelho do Estado, é proprietária dos principais meios de produção, detém a propriedade e controla o sector financeiro; influencia, manipula e controla as consciências através dos grandes órgãos da comunicação social e de instituições como a Escola (entre muitas outras instituições culturais); é detentora das principais riquezas dum País.

A democracia burguesa proclama a igualdade mas apenas a igualdade formal. A desigualdade económica e social persiste tal como a opressão racial e nacional.

O socialismo, ao invés, é inconcebível sem a sua intrínseca natureza humanista e democrática. Ao pretender acabar com as desigualdades sociais, a democracia socialista implica necessariamente a participação dos trabalhadores e do povo em todas as esferas (política, económica, social e cultural) da vida do País.

Era preciso agora que a classe operária, aliada ao campesinato trabalhador e também à intelectualidade, concentrasse em si própria, sob a direcção do Partido Comunista, a via e os métodos de uma nova organização da sociedade.

Todo o povo foi chamado a participar na organização, gestão e controlo da produção à escala de toda a economia nacional A organizar a nova sociedade nos planos político, económico, social e cultural. A escolher os seus representantes nos órgãos do novo Estado soviético. A responder colectivamente às exigências de, pela primeira vez na História, edificar as bases duma sociedade nunca antes conhecida.

Tem esse sentido o apelo de Lénine, Presidente do Conselho dos Comissários do Povo, à população a 18 de Novembro de 1917: «Camaradas, operários, soldados, camponeses e trabalhadores em geral! Tomai todo o poder nas mãos dos vossos Sovietes. Permanecei vigilantes e defendei, como à menina dos vossos olhos, a vossa terra, os vossos cereais, fábricas, equipamento, produtos, transportes – tudo o que de hoje em diante será inteiramente propriedade vossa, propriedade pública. Gradualmente, com o consentimento e aprovação da maioria dos camponeses, a par e passo com a sua experiência prática e dos operários, iremos avançando, com firmeza e sem desvios, para a vitória do socialismo – vitória essa que será selada pelos operários de vanguarda dos países mais civilizados e que trará aos povos a paz duradoura e os libertará de toda a opressão e de toda a exploração». (Lénine, V. I., Democracia Socialista, Edições «Avante!», Lisboa, 1975, pp 71-72

A Revolução de Outubro representou um enorme progresso no plano social

A União Soviética foi o primeiro país do mundo a pôr em prática ou a desenvolver, como nenhum outro, direitos sociais fundamentais, como (entre muitos outros):

  • direito ao trabalho
  • proibição do trabalho infantil
  • jornada máxima das 8 horas de trabalho
  • férias pagas
  • igualdade de direitos de homens e mulheres na família, na vida e no trabalho
  • direito e protecção na maternidade
  • direito à habitação
  • assistência médica gratuita
  • sistema de segurança social universal e gratuito
  • educação gratuita
  • direito à livre criação e fruição da cultura
  • desporto para todos
  • garantia e promoção dos direitos das mulheres, das crianças, dos jovens, dos idosos

A título de exemplo, a protecção à maternidade incluía licença, paga com salário normal, de 8 semanas antes e oito semanas depois do parto, com gratuitidade da assistência médica e medicamentosa; a criação em todas as fábricas e outras empresas, empregando mulheres, de creches para lactantes e locais para a sua alimentação, devendo toda a operária que amamentasse o seu filho dispor de pelo menos meia hora em intervalos não ultrapassando três horas, receber um abono e não trabalhar mais de 6 horas por dia.

A Revolução de Outubro determinou um fulgurante desenvolvimento económico

Na evolução da sociedade, a Revolução de Outubro de 1917, sob a direcção do Partido Bolchevique e de Lenine, confirmando a perspectiva política e ideológica apontada pela obra teórica de Karl Marx e Friedrich Engels, fica marcada como a primeira e única a empreender com êxito a gigantesca tarefa de construir uma sociedade sem exploradores nem explorados, em que os recursos, os meios e os instrumentos do Estado e do País são postos ao serviço do povo.

No plano económico, as terras, as fábricas, as minas, os transportes ferroviários, os bancos, passaram a pertencer ao Estado de todo o povo, determinando um fulgurante desenvolvimento.

Realizou-se uma profunda transformação da agricultura: a colectivização (a terra passou a ter propriedade e função sociais), na qual as unidades do Estado (sovkhozes) e as cooperativas de camponeses (kolkhozes), desempenhou papel determinante

Foram concretizadas grandes descobertas e avanços na ciência e na tecnologia que, a par do desenvolvimento económico e social, permitiu atingir um potencial militar, que durante décadas conteve a política agressiva e belicista do capitalismo.

A electrificação; o desenvolvimento da indústria pesada; o desenvolvimento da produção agrícola (permitindo a soberania industrial e alimentar); o lançamento das bases de uma ciência e tecnologia de ponta implicaram vontade, dedicação e grandes sacrifícios, mas transformaram radicalmente o país e permitiram-lhe resistir ao isolamento diplomático, ao bloqueio económico, à violenta e multifacetada ofensiva agressiva do imperialismo e prepararam -no para enfrentar vitoriosamente a bárbara agressão nazi-fascista.

O primeiro Plano Quinquenal (1928/32, com crescimento médio de mais de 13% ao ano) teve um extraordinário sucesso. Mostrou na prática a superioridade da propriedade social e da planificação económica num momento em que o mundo capitalista se debatia com a Grande Depressão desencadeada em 1929.

Foi a profunda identificação das massas populares com o Partido Bolchevique e os objectivos da Revolução que permitiu por um lado, enfrentar e derrotar a contra-revolução interna e as ingerências, sabotagens e agressões das potências imperialistas, e por outro lado, empreender com imensa determinação e criatividade revolucionárias o processo de transformações económicas e sociais que em poucos anos transformou a imensa Rússia semi-feudal, devastada pela I Guerra Mundial e pela guerra civil, numa poderosa potência industrial.

A conquista do espaço com o Sputnik e o primeiro cosmonauta, Iuri Gagárine, entraram na História como feitos notáveis e símbolos da superioridade do novo sistema social socialista.

A Revolução de Outubro abriu caminho à livre criação e fruição da cultura e realizou grandes conquistas e avanços no plano cultural

Foram criadas condições para a elevação rápida do nível cultural das massas populares e para o desenvolvimento da ciência; deu-se a expansão do impacto dos movimentos de vanguarda artística e das formas de criação e fruição da cultura; publicou-se em tiragens de milhões, manuais, obras literárias e livros de divulgação científica acessíveis às massas.

Em Novembro de 1917, por incumbência de Lénine, foi elaborado o plano de reorganização da rede de bibliotecas da Rússia. Nas bibliotecas públicas concentraram-se os principais fundos de livros do País que se transformaram em importantes focos da educação de massas.

A Revolução implementou profundamente a actividade criadora e a cultura tornou-se não só património, mas também objecto de criação das amplas massas trabalhadoras. Eliminou-se a contradição entre trabalho manual e trabalho intelectual e os bens culturais deixaram de ser mercadorias.

O primeiro monumento construído pelo novo poder soviético foi, sintomaticamente, o monumento ao trabalho libertado, em 1920.

A Revolução também infundiu nova vida às chamadas casas populares (surgidas antes da Revolução) transformando-as em instituições culturais e educativas universais. Cada uma delas dispunha de biblioteca e de salas de leitura.

No primeiro ano do novo poder soviético foram oficializadas as universidades populares. Os seus programas incluíam cursos de ensino geral e técnico, de produção agrícola, etc.

Abriram-se teatros operários e operário-camponeses, círculos musicais, estúdios populares de experiências artísticas, etc.

Na U.R.S.S. havia mais bibliotecas, teatros e cinemas do que em qualquer outro país. Na década de 70, do século XX, a frequência do cinema era a maior do mundo. A ida aos museus e teatros era algo comum na vida das classes trabalhadoras e os acessos eram gratuitos ou a preços meramente simbólicos. A cinematografia soviética criou as bases teóricas e técnicas do cinema contemporâneo. A U.R.S.S. deu ao mundo alguns dos maiores cientistas, filósofos, artistas, pedagogos, actores, dançarinos, músicos, atletas, etc.

Na primeira mensagem do Comissariado do Povo para a Educação Pública, a 11 de Novembro de 1917 (29 de Outubro no antigo calendário russo), dirigida aos trabalhadores e intitulada «Sobre a educação pública», esboçava-se a reestruturação do sistema de instrução e formulava-se a tarefa de lutar contra o analfabetismo.

O direito à educação incluiu uma instrução geral e politécnica gratuita e obrigatória até aos 16 anos; o direito das nacionalidades a ministrar o ensino nas línguas maternas; a eliminação do analfabetismo – até à Revolução, 75% da população não sabia ler nem escrever – ;a democratização do ensino superior e a prioridade no acesso aos operários e camponeses são algumas das medidas que põem em evidência o carácter profundamente democrático das transformações impulsionadas pela Revolução de Outubro.

Para combater o analfabetismo entre os adultos, entre muitas outras medidas, foram criados postos especiais, os «likbez» - abreviatura das palavras russas «liquidemos o analfabetismo». Nas empresas industriais, nas cooperativas agrícolas e nos estabelecimentos estatais a jornada de trabalho para os analfabetos foi reduzida em duas horas durante o tempo de estudo, mantendo o salário por inteiro.

Foi garantida a educação pública, universal e gratuita em todos os níveis de ensino (desde a creche à universidade). Aos estudantes eram proporcionadas férias em acampamentos de Verão.

A U.R.S.S. criou o ensino nocturno para os trabalhadores e esteve na linha da frente da implementação do ensino técnico, do ensino de adultos, do ensino de crianças com necessidades educativas especiais. Garantiu o desporto a toda a população infanto-juvenil, campos de férias, educação musical e outras formas de educação e expressão artística. 

A Revolução de Outubro resolveu a complexa questão nacional

Por volta de 1917, no território da antiga Rússia czarista, viviam mais de 100 povos e nacionalidades diferentes totalizando 163 milhões de pessoas. Os russos constituíam quase metade (43%) e habitavam principalmente as zonas centrais da parte europeia da Rússia, enquanto que os restantes viviam nas zonas periféricas do império.

No império russo czarista havia também povos e grupos étnicos, entre os quais imperavam relações patriarcais, feudais e até mesmo de clã.

Estes povos não só se diferenciavam pela sua nacionalidade, mas também pelo seu nível de desenvolvimento social e político.

Diferenciavam-se também pelo seu grau de dependência do czarismo. Uns, eram colónias (por exemplo o Turquestão), outros eram administrados por governadores russos (províncias do Báltico) ou por um governador-geral czarista (Polónia) e outros ainda por grão-duques (Finlândia).

Eram portanto nações dependentes ou nações com direitos restritos. Os povos não-russos eram, alem disso, oprimidos pelos seus «próprios» exploradores vendidos ao czarismo.

Os trabalhadores do imenso império sofriam sob o poder do czar russo e da sua administração militar e civil. Os povos pequenos sofriam o duplo jugo da autocracia russa e dos seus próprios exploradores nacionais.

Numerosos ramos da indústria russa estavam nas mãos do capital estrangeiro, sobretudo francês, belga, inglês, alemão e norte-americano. O capital estrangeiro dominava as indústrias carbonífera e metalúrgica da Ucrânia, a indústria do petróleo do Azerbaidjão, as minas do Kazaquistão, as empresas de tratamento do algodão da Ásia Central.

A desigualdade política dos povos da Rússia era ainda agravada pela desigualdade económica e cultural. A maior parte das regiões periféricas eram meras fontes de produtos agrícolas e de matérias-primas para a metrópole que enviava para lá o excedente populacional das províncias centrais.

A indústria da maior parte destas regiões periféricas da Rússia encontrava-se num estádio embrionário o que era duplamente vantajoso para o czarismo: constituíam um mercado rendoso para os produtos da metrópole e, por outro lado, deste modo era travada a criação de um proletariado nacional, irmão de classe e aliado da classe operária do centro do país.

Os operários destas regiões trabalhavam regra geral 17 a 18 horas por dia, em troca de um salário miserável. A situação dos trabalhadores rurais era ainda pior: os homens ganhavam 86 rublos por ano, as mulheres 56 e os adolescentes 33 (segundo os cálculos dos economistas um adulto precisava, só para se alimentar, de 98 rublos). Por isso, eram obrigados a contrair dívidas junto dos patrões.

A esta situação juntava-se a a ausência de direitos políticos e um grande atraso cultural. No Tadjiquestão, por exemplo, antes da Revolução apenas 1 em cada 2000 habitantes sabia ler e escrever. Em todo Uzbequistão, apenas 2 pessoas possuíam um diploma do ensino superior, antes da Revolução. Mais de 40 nacionalidades não possuíam escrita própria e a maior parte dos povos que a tinham não sabiam ler nem escrever na sua língua materna. Na Ásia Central e no Kasaquistão, por exemplo, 98% das populações eram analfabetas.

Os povos das regiões periféricas nacionais da Rússia viviam em condições muito difíceis. Além da fome, do frio, do trabalho esgotante eram constantemente dizimados por doenças infecciosas como a peste, a cólera, a varíola, o tifo e outras. Esta situação era agravada devido ao estado lamentável dos serviços públicos de Saúde. No território do Uzbequistão havia 1 médico para 50 000 habitantes.

Para manter sob o seu domínio estes povos, o governo czarista atiçava discórdias nacionais, o que era fonte permanente de combates sangrentos. Na Ucrânia encorajavam-se por todos os meios os pogromes (massacres de judeus).

A situação de exploração e opressão dos povos da Rússia czarista era de tal ordem que ficou conhecida como «prisão dos povos».

O Partido Bolchevique formou-se e desenvolveu-se como partido de verdadeiros internacionalistas proletários, pela sua ideologia, pela sua estrutura e pela sua actividade.

Desde os primeiros dias da formação do partido os comunistas russos concederam uma importância primordial à teoria revolucionária e elaboraram um programa marxista sobre a questão nacional.

Lénine elaborou o programa do «partido de novo tipo» partindo da solução revolucionária da questão nacional colocando em primeiro plano a necessidade de uma completa igualdade de  direitos entre todas as nações, independentemente do número dos seus habitantes, do seu nível de desenvolvimento, da sua raça, religião, etc.

Desde a primeira hora reconheceu o direito à autodeterminação (cultural, política, etc.) com direito de separação e de formação dum Estado independente.

Alem dos Decretos sobre a Paz e sobre a Terra, um dos primeiros e mais importantes documentos do poder soviético foi a «Declaração dos Direitos dos Povos da Rússia» que proclamou a liquidação da antiga política de feroz exploração e de incitamento dos povos uns contra os outros e a sua substituição por uma política de «união voluntária e honesta dos povos da Rússia». A Declaração proclamava:

«1. A igualdade e a soberania dos povos da Rússia.

2. O direito dos povos da Rússia à autodeterminação, incluindo o direito à separação e formação de um Estado independente.

3. A abolição de todos os privilégios e restrições nacionais e religiosos.

4. O livre desenvolvimento das minorias nacionais e dos grupos étnicos que habitam o território da Rússia.»

Pelo abusiva manipulação que o imperialismo faz hoje da religião para fins políticos e, em particular, da religião muçulmana, vale a pena referir o que se afirmava no apelo do Conselho de Comissários do Povo (Governo soviético) «a todos os trabalhadores muçulmanos da Rússia e do Oriente», publicado a 20 de Novembro (3 de Dezembro) e editado nas línguas nacionais: «Está a terminar o reino do saque e da violência capitalistas… Face a estes grandes acontecimentos nós dirigimo-nos a vós, trabalhadores muçulmanos da Rússia e do Oriente.

«A partir de agora, as vossas crenças, costumes e instituições culturais são declarados livres e invioláveis. Organizai a vossa vida cultural livremente e sem entraves. Isso é um direito que vos pertence. Sabei que os vossos direitos, tal como acontece com os direitos de todos os povos da Rússia, estão protegidos por todo o poderio da revolução e dos seus Sovietes de deputados dos operários, soldados e camponeses.»

Em Janeiro de 1918, o III Congresso dos Sovietes de toda a Rússia adoptava a «Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado» que proclamava: «A república Soviética da Rússia é fundada na base da livre união das nações livres, como Federação de Repúblicas Soviéticas Nacionais».

O mesmo Congresso proclamou a criação da República Socialista Federativa Soviética da Rússia (R.S.F.S.R.) que a 10 de Julho de 1918 veria aprovada pelo V Congresso de Sovietes de toda a Rússia a Constituição da R.S.F.S.R.

Pela primeira vez na história da humanidade uma Revolução proclamava e aplicava na prática a autodeterminação dos povos, a igualdade de direitos e a liberdade das nações.

Em Dezembro de 1922, era criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.). Em Janeiro de 1924, o II Congresso de Sovietes da U.R.S.S. adoptou a Constituição da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Em 1936 a União Soviética adoptou uma nova Constituição.

A formação da U.R.S.S. foi um acontecimento histórico de importância e impacto mundial. Abriu perspectivas de desenvolvimento harmonioso de todos os povos unidos no seio de um Estado Federal e à formação e desenvolvimento multilateral de nações socialistas.

Pela primeira vez, na história da humanidade, provou-se que era possível criar um grande Estado multinacional baseado na igualdade de direitos e na amizade dos povos. Em total oposição ao imperialismo com o seu sistema de exploração e de opressão.

O socialismo trouxe uma vida nova aos povos da U.R.S.S. O exemplo dos campos

No plano da produção:

Antes da primeira guerra mundial, entre 1909 e 1913, nos campos da Rússia czarista eram recolhidos em média por ano: 72,5 milhões de toneladas de cereal, 10,1 milhões de toneladas de beterraba açucareira, 30,6 milhões de toneladas de batata, 680 000 toneladas de algodão e eram produzidas 4,8 milhões de toneladas de carne e 192 mil toneladas de lã.

Em 1940, nos campos da URSS foram recolhidos: 95,6 milhões de toneladas de cereal, quase duas vezes mais de beterraba açucareira e batata do que na Rússia de antes da Revolução e quase quatro vezes mais de algodão. Só a produção de carne e de lã foi inferior.

Apesar dos enormes prejuízos sofridos pela URSS nos anos da guerra (2.ª Guerra Mundial) contra o nazi-fascismo, apesar da destruição de empresas industriais e da agricultura e de terem ficado inutilizadas enormes áreas de terras cultivadas pouco mais de dez anos foram necessários para que a URSS não só restabelecesse o nível anterior à guerra na produção de artigos agrícolas, como os ultrapassasse consideravelmente. De 1956 a 1960, os kolkhozes e sovkhozes do país colheram em média anual: 121,5 milhões de toneladas de cereal, 45,6 milhões de beterraba açucareira, 88,3 milhões de toneladas de batata, 4,36 milhões de toneladas de algodão, 7,9 milhões de toneladas de carne e 317 mil toneladas de lã.

No plano da cultura:

Segundo dados do recenseamento de 1897, a alfabetização entre a população rural da Rússia, entre os 9 e os 49 anos era apenas de 23,8% e mesmo essa percentagem era composta pelos camponeses ricos, clero e representantes das autoridades.

Em 1913, Lénine escrevia: «Não há na Europa outro país tão bárbaro onde as massas populares tenham sido privadas da instrução, da luz e dos conhecimentos como na Rússia.»

Passados 9 anos sobre a Revolução de Outubro (1926), 50,6% da população rural já sabia ler e em 1939 a população rural alfabetizada já era 84% desaparecendo praticamente o analfabetismo nos anos seguintes.

E este é apenas um dos aspectos. Em meados da década de 1970 trabalhavam nos kolkhozes da U.R.S.S. 60 mil agrónomos, 50 mil zootécnicos, mais de 57 mil veterinários, enfermeiros especializados, técnicos e mecânicos.

Quase todas as povoações tinham um palácio de cultura ou clube com salas magnificamente equipadas onde se exibiam filmes e se apresentavam espectáculos , dispondo de espaçosas salas para bibliotecas e salas de leitura.

Em 1974, nas localidades rurais havia 114,4 mil clubes, 94,5 mil bibliotecas e cerca de 130 mil instalações cinematográficas

No plano da saúde:

Antes da Revolução de Outubro, nas localidades rurais do império russo havia apenas 5 mil médicos, para 135 milhões de habitantes, isto é, um médico para 27 mil habitantes. Em meados de 1970 na URSS há um médico para cada 363 pessoas. No total o número de médicos da União Soviética passou a ser 700 mil e havia mais de dois milhões de enfermeiros.

A Revolução de Outubro impulsionou uma extraordinária evolução da Ciência e da Técnica

No início do século XX procurava-se em todo o mundo novas formas de organização da actividade científica. Afirmando as novas relações entre o Estado e a Ciência, o Poder Soviético apoiou as tendências mais progressistas de organização da pesquisa científica procedendo à criação dos respectivos institutos.

Antes da Revolução de Outubro não havia qualquer instituto em toda a Rússia. Em 1918 e 1919 surgiram institutos incluindo os institutos estatais de raios-x, de radiologia, óptica, hidrologia, cerâmica, o instituto central de aerohidrodinâmica, de análise físico-química, de química aplicada e outros que se debruçaram sobre os mais importantes problemas que determinaram as perspectivas de uma nova ciência voltada para o progresso social.

Em 1923, o número de institutos deste tipo eram já 55 e, em 1927, 90 e foram encabeçados pelos maiores cientistas da Rússia e, mais tarde, da União Soviética.

No domínio da ciência, os soviéticos, para além dos extraordinários passos dados na conquista do espaço, foram os primeiros a criar órgãos artificiais, inventaram os primeiros percursores dos telemóveis, lançaram o primeiro satélite artificial ao espaço. O primeiro homem e a primeira mulher no espaço foram soviéticos. Criaram a primeira estação espacial e o primeiro satélite a orbitar Marte. Estiveram na dianteira dos estudos nucleares para fins pacíficos. Criaram a maior instalação termonuclear experimental do mundo e o primeiro navio quebra-gelo movido a energia nuclear para se referir apenas um escasso embora significativo conjunto de avançadas descobertas que tiveram, aliás, grande impacto no desenvolvimento económico, social e cultural da União Soviética e efeitos positivos a nível mundial.

A URSS, o povo soviético e o Exército Vermelho tiveram um papel determinante e decisivo na derrota das forças nazi-fascistas

Na Segunda Guerra Mundial, durante três anos, a U.R.S.S. enfrentou sozinha a besta nazi e os seus exércitos num processo que o povo soviético designou como a «Grande Guerra Pátria».

O nazi-fascismo foi porém derrotado na guerra com o papel determinante da União Soviética. Em Junho de 1941, com as mais poderosas forças militares até então conhecidas na história, a Alemanha invade a U.R.S.S. As divisões nazis avançam até Moscovo, Leninegrado e Stalinegrado. A primeira grande batalha tem lugar em Moscovo (Setembro de 1941). O cerco a Leninegrado durou 900 dias. A vitória soviética em Leninegrado deveu-se ao extraordinário heroísmo do Exército Vermelho e da população da cidade que respondeu em todas as frentes – treino militar, abastecimento alimentar do exército e da população e grande capacidade de adaptação a todas as novas tarefas que lhe foram colocadas, nomeadamente da indústria de guerra.

A batalha pela produção de armamento foi ganha pela transferência maciça de empresas da indústria pesada e de mão-de-obra para os Urais que, a par da formação de operários qualificados, possibilitou o crescimento exponencial na produção de aviões, tanques, canhões, suplantando a produção alemã no mesmo período.

Momento fundamental de viragem na guerra foi a batalha de Stalinegrado (Novembro de 1942 a Fevereiro de 1943) onde foram aniquiladas 20 divisões alemãs com mais de 330 000 militares. Na contra-ofensiva soviética tiveram lugar outras importantes batalhas entre as quais a batalha de Kursk (em Julho-Agosto de 1943), a maior batalha da história, onde foram aniquiladas 50 divisões, que possibilitou o contínuo avanço do Exército Vermelho até Berlim, a libertação do Campo de Concentração de Auschwitz a 27 de Janeiro de 1945, a tomada do Reichstag a 8 de Maio de 1945.

A guerra sacrificou 60 milhões de vidas, 27 milhões das quais de soviéticos.

Dos mais de 3 milhões de prisioneiros de guerra soviéticos, 2 milhões morreram à fome, ao frio ou foram assassinados pelos nazis.

É de lembrar que só depois da Conferência de Teerão (de Stáline com Churchill e Roosevelt) em fins de 1943, só quando se tornou evidente que, com o avanço do Exército Vermelho, a União Soviética estava em condições e a caminho de libertar a Europa, com as suas próprias forças – só então as tropas britânicas e norte-americanas desembarcaram na Normandia em 6 de Junho de 1944. Foi o heroísmo do povo soviético, do exército vermelho e do Partido Comunista inseparável do seu patriotismo e do sistema social que então construía que determinou o curso da guerra e permitiu libertar a Europa e a humanidade do nazi-fascismo.

A União Soviética teve um determinante papel na luta pela paz que conteve a agressividade do imperialismo e evitou uma 3.ª Guerra Mundial.

Em 1917, em pleno decurso da I Guerra Mundial, o governo saído da Revolução de Outubro propôs no seu primeiro decreto «a todos os povos beligerantes e aos seus governos que se comece imediatamente negociações sobre uma paz justa e democrática». Uma paz que tinha de ser imediata e sem anexações nem indemnizações.

Uma paz cujas negociações fossem realizadas de forma completamente aberta e com o contributo dos trabalhadores dos países em guerra.

No seguimento da 2ª Guerra Mundial e do decisivo contributo da URSS para a Vitória sobre o nazi-fascismo, alterou-se profundamente a correlação de forças no plano mundial, dando origem a uma nova ordem democrática e antifascista, que inscreveu na Carta da ONU o respeito pela soberania dos povos, o desarmamento, a solução pacífica e negociada de conflitos entre estados.

A violação destes princípios pelo imperialismo levou ao desencadeamento da «guerra fria» obrigando a URSS a um grande esforço e a dotar-se do mais moderno e avançado armamento.

A URSS colocou sempre o seu poderio militar ao serviço da causa da paz e da libertação dos povos do domínio colonialista e imperialista, posicionamento que permitiu conter a agressividade do imperialismo e criou condições mais favoráveis para o avanço da luta libertadora dos povos.

A Conferência de Paz de Helsínquia para a Segurança e Cooperação Europeia, concluída em 1975, alcançou importantes acordos de desarmamento e tratados para a limitação das armas nucleares que se devem à decisiva e incansável política de paz da URSS.

Ao conquistar a paridade militar estratégica com os EUA, os comunistas e o povo soviético impediram os círculos mais reaccionários e agressivos de desencadear uma 3ª Guerra Mundial.

Com o desaparecimento da URSS o mundo ficou mais instável e perigoso.

O capitalismo não resolveu, antes agravou todos os grandes problemas da humanidade

A contra-ofensiva do imperialismo para recuperar as posições que lhe foram arrancadas pela luta libertadora dos povos ao longo do século XX, não olha a meios para alcançar os seus objectivos de exploração e de domínio.

É o imperialismo o responsável pela corrida aos armamentos, pelo reforço, alargamento e ampliação da acção da NATO até às fronteiras da Rússia e da China.

Com ele, generalizaram-se as acções de desestabilização e multiplicaram-se as guerras de agressão que levaram a morte e a destruição à Europa, à Ásia Central, ao Médio Oriente, Norte de África e outras regiões do mundo com as dramáticas consequências nas populações deslocadas.

Com o processo de extensão a todo o mundo do sistema de exploração capitalista comandado pelo grande capital financeiro e parasitário, verifica-se uma inaudita centralização e concentração do capital e da riqueza num polo e da pobreza e do subdesenvolvimento noutro.

Um punhado de poderosas multinacionais submetem estados e regiões inteiros.

Agravaram-se as formas de exploração, aumentou o desemprego e o trabalho precário, mal pago e sem direitos.

Aprofundou-se o fosso entre ricos e pobres no plano mundial e dentro dos diferentes países.

A pobreza, a fome, a doença continuaram a dominar vastas regiões do planeta.

A exploração do trabalho infantil, o trabalho escravo, o tráfico de seres humanos, o comércio da droga, a corrupção e outras chagas do capitalismo não param de alastrar.

A pretexto do combate ao terrorismo generalizam-se políticas e medidas securitárias que atingem direitos e liberdades fundamentais, crescem os ataques ao movimento operário e sindical, crescem perigosamente, nomeadamente na Europa e nos EUA, forças xenófobas, racistas e fascistas.

São políticas que estão na origem do maior movimento de refugiados no pós 2.ª Guerra Mundial e nos mais altos fluxos migratórios desde então verificados e são responsáveis pela tragédia dos milhares de mortos no Mediterrâneo.

A realidade do mundo de hoje mostra-nos que o capitalismo não resolve, antes agrava os problemas da humanidade.

Sob o capitalismo, o mundo tornou-se mais inseguro, injusto e perigoso

Apenas oito grandes capitalistas acumulam a mesma riqueza que 3,6 mil milhões de pessoas (Oxfam).

Os rendimentos de 1% da população mundial são iguais à dos 99% restantes.

As três pessoas mais ricas do mundo possuem mais activos financeiros que o conjunto dos 48 países mais pobres (Universidade das Nações Unidas).

O desemprego atinge 200 milhões de pessoas dos quais 74 milhões são jovens, o maior nível de sempre (OIT) e 56% dos empregos criados entre 1997 e 2013 são precários (OCDE).

17% da população mundial é analfabeta, dos quais 775 milhões são adultos 122 milhões são jovens, e, de entre estes,  60,7% são raparigas.

67,4 milhões de crianças não frequentam a escola.

Mais de 1500 milhões de pessoas, cerca de um quinto da população mundial, vivem hoje em países afectados por conflitos (ONU).

Mais de 45 milhões de pessoas eram deslocadas em virtude de conflitos dos quais mais de 15 milhões são refugiados (ONU).

830 milhões de pessoas são trabalhadores pobres, 795 milhões sofrem de fome crónica e 168 milhões de crianças são vítimas de trabalho infantil (PNUD).

As razões por que a Revolução de Outubro é tão atacada pelo capitalismo e a ideologia dominante

A Revolução de Outubro e a União Soviética – que marca o tempo histórico da passagem do capitalismo ao socialismo – os seus ideais, valores e conquistas, são alvo de uma violenta campanha de mentiras, deturpações e calúnias, procurando assim ocultar a grandiosa epopeia de edificação duma sociedade, onde milhões de seres humanos se tornaram protagonistas do seu próprio destino, pela felicidade e pela paz.

O esforço febril para reescrever a história procurando apagar ou ocultar os males insanáveis do capitalismo, assim como adulterar e caluniar tudo quanto a luta trouxe de positivo para a humanidade não é uma manifestação de força dos seus promotores, antes demonstra o propósito de aprisionar as consciências à perpetuação das injustiças do capitalismo, de impedir o progresso social, a evolução para níveis mais avançados de sociedade humana. Demonstra o propósito de impedir que percebam que há um mundo para além do capitalismo, que é possível construir uma sociedade nova.

Mas, por mais que apregoem o contrário, o capitalismo não é o «fim da história».

No prosseguimento da luta pelo ideal e o projecto libertador da Revolução de Outubro, o socialismo impõe-se como exigência da actualidade e do futuro.